quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Com apoio da Prefeitura teve início desocupação do lixão


Cumprindo com o cronograma do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2010, a Prefeitura Municipal de Campo Grande iniciou o processo de desativação do lixão, implantação do aterro sanitário e da Usina de Processamento de Lixo (UPL) que será gerenciada pelos os catadores que vivem em torno do lixão e recolhem materiais recicláveis no local.

Como incentivo os catadores também receberão um Ecoponto localizado no bairro São Conrado e uma estrutura próximo a Cidade do Ônibus, disponibilizada pela Financial Ambiental, empresa conveniada com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur).

No último dia 04 de setembro, foi realizada reunião na Fábrica de Gente, próximo ao Centro de Capacitação Profissional (Cecapro), com a presença do poder público municipal junto com o apoio do governo federal com os catadores da Associação dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis dos Aterros Sanitários de Mato Grosso do Sul (Atmaras) para discussão quanto ao fechamento do lixão e debate sobre a importância da criação da cooperativa nessa nova etapa. A reunião contou com a presença de representantes da Arquidiocese Padre Angenor, Casa do Futuro, Base Área de Campo Grande, Rádio Blink, Copagaz, Conselho Municipal do Meio Ambiente, Fórum Municipal do Lixo e Cidadania (FMLC), Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Gráfica Alvorada, Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e do Instituto CERAMP.

Quatro órgãos municipais estão envolvidos diretamente no projeto de desativação do lixão: Semadur, Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS), Fundação Social do Trabalho de Campo Grande (Funsat) e Secretaria Municipal de Educação (Semed).

A empresa já acumulou cerca de 50 toneladas de materiais recicláveis que serão repassados a coleta seletiva dos catadores e distribuídos em suas novas estruturas.

O representante do FMLC, Alex Bachega, garantiu ajudar os catadores observando e acompanhando todo o processo do fechamento do lixão, trabalhando junto com eles e com o município, propondo ideias para que o projeto possa ocorrer da melhor forma possível. “O mais importante dessa transição é que os catadores, que já trabalham a longa data com esses resíduos, agora têm a oportunidade de trabalharem em formato de cooperativa.”

“É importante que os catadores façam a capacitação para trabalhar em seus futuros pontos de materiais recicláveis, participem arduamente do Fórum Municipal do Lixo, pois isso contribuirá muito na renda e na relação de trabalho entre eles” explicou a consultora da fundação Banco do Brasil, Romi Fischer, ilustrando como é necessário que eles estejam organizados e formalizados como pessoas jurídicas de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) quando estiverem instalados na nova estrutura.

Gilda Macedo, representante dos catadores afirmou que eles não querem indenização ou sacolão, e sim capacitação para continuarem trabalhando na área com dignidade e profissionalismo.

Para os catadores que não quiserem participar do novo projeto de capacitação, a segunda escolha será optar por cursos técnicos, pois a cooperativa não irá se responsabilizar por aqueles que não querem continuar atuando na área, afirmou Daniel Obellar, presidente da Atmaras.

“É preciso reforçar o direito dos catadores, para que eles se inscrevam no cadastro único do governo federal, para não perder a possibilidade de obter outros benefícios que são adquiridos por todos”, destacou Nilva Santos, da Sas.

O superintendente do trabalho, Anízio Pereira Tiago, garante que o MTE como órgão fiscalizador do projeto irá ajudar a sincronizar e fazer com que as ações aconteçam de acordo com as normas regulamentadoras, e ficou à disposição dos catadores, para a realização de consultas relativas ao assunto junto com o projeto CATAFORTE e a prefeitura de Campo Grande.

Durante o encontro o secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Marcos Cristaldo, relembrou que foi de comum acordo com a Atmaras, SAS, e FIEMS que os catadores desocupariam o lixão para trabalharem nas usinas, “Como dito no cronograma a desativação ocorrerá com calma e com garantias de materiais. Só poderão trabalhar nesses novos pontos catadores cooperados, com credenciamento e capacitação junto da empresa conveniada” ressaltou.

“Nessa nova etapa, os catadores deverão assumir a coleta seletiva, dividir e vender os materiais recicláveis. Com a construção da usina eles terão os recursos necessários para terem uma melhoria em suas rendas, consequentemente podendo efetuar, por exemplo, a comprar de uma casa própria”, observou Cristaldo.

Após a reunião, os catadores e todos que estavam presentes, foram convidados a conhecer as duas novas estruturas temporárias que serão utilizadas até a finalização da UPL, que será composta por galpão de aproximadamente 1500m², contendo refeitório, um prédio administrativo e uma guarita.

A partir da semana seguinte ao encontro, os catadores que estavam fazendo o curso de capacitação, já iniciarão os trabalhos na nova estrutura cedida pela prefeitura e pela empresa Financial.


























































Vanessa Albuquerque

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