terça-feira, 25 de outubro de 2011

Semadur promove visita à referenciais em gestão de resíduos

Equipe de Campo Grande junto à Geralda, presidente da Asmare (ao centro)
Mayara da Quinta

Dos dias 18 a 20 de outubro a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de Campo Grande (Semadur) promoveu uma série de visitas técnicas à referenciais em coleta seletiva e gestão de resíduos. Os locais percorridos incluíam associações, cooperativas de catadores e o Centro Mineiro de Referência de Resíduos (CRR), todos em Minas Gerais.

O presidente da Associação dos Trabalhadores em Materiais Recicláveis no Aterro Sanitário de Mato Grosso do Sul (Atmaras), Daniel Arguelho Obelar e outros dois integrantes da associação, participaram  das visitas técnicas junto aos representantes da Semadur Julio Lima Vera e Denise Gálico Marroni Name. Também participaram das visitas, Ivan Neiva Junior, da Fundação Social de Trabalho (Funsat), e a assistente social da Agência Municipal de Habitação (EMHA), Maria Helena Bughi Pinto.

O grupo foi conhecer o trabalho de catação de materiais recicláveis em galpões de triagem, organizado por associações e cooperativas com trabalho já consolidado, e assim saber as dificuldades e benefícios da profissionalização dos catadores.

Na terça-feira (18) a equipe visitou as cooperativas de Belo Horizonte, Cooperleste e Coopersoli. No segundo seguiram para a associação Asmare e ao Centro Mineiro de Referência de Resíduos (CMRR) que é um núcleo integrador das ações de gestão dos resíduos que visa estimular reflexão e ações de cidadania com projetos diversos e parcerias. Para concluir a viagem no dia 20 a comitiva foi à cidade de Itauna em visita à associação Ascaruna.

As associações e cooperativas visitadas recebem materiais recicláveis de diversas formas, tanto pela coleta porta a porta quanto pelo trabalho individual com catadores e até parceria com shoppings e empresas.

O arquiteto da Semadur, Julio Lima Vera salientou que “Os benefícios visualizados ultrapassam o trabalho do catador. Eles se apegam no reconhecimento do catador como cidadão.”

O exemplo visto na cidade de Itauna é muito semelhante ao de Campo Grande. Lá houve a desativação do aterro e hoje a associação dos catadores funciona de maneira organizada e completa. No local a maior reclamação dos catadores foi em relação aos rejeitos orgânicos que vem misturado no material reciclável.

Com a observação direta, relatos e conversas nas associações e cooperativas ficou evidente à comitiva de Campo Grande que o trabalho de conscientização com a população é o diferencial e pode ser exercido diretamente pelos catadores que tem voz ativa na sociedade.

“A recepção dos representantes da associação de Mato Grosso do Sul foi muito positiva, eles demonstraram interesse e questionavam a todo momento.” – relata Julio Lima Vera.

A demonstração da força que uma associação ou cooperativa ficou evidente com a viagem que teve como diretriz e maior ensinamento o fato de que o trabalho dos catadores deve ser voltado à comunidade e ao meio ambiente, reafirmando a importância da profissão.  

“Todos foram claros em dizer que financeiramente no inicio foi difícil, mas que tiveram um ganho na questão de preservação da integridade moral. Ninguém começou pela questão ambiental, mas hoje eles tem esta percepção e se sentem prestigiados com isto.” – relata Denise Name da Semadur.

Resíduos da Construção Civil

No dia 21 o arquiteto da Semadur, Julio Lima Vera esteve na usina de triagem e britagem de resíduos da construção em Belo Horizonte.

No local, um aterro desativado com uma cobertura recebe os materiais e faz a triagem.
Após a separação do metal, todo rejeito recebido como tijolos, pedras e areia, passam por uma grande máquina que faz um processo chamado britagem, onde é possível separar os materiais em tamanhos e que depois terão destinações diversas.

A usina transforma os rejeitos recebidos e bancos, tijolos, sarjetas e caixas de drenagem além da ‘brita corrida’ que é utilizada na pavimentação.

Com a política nacional de resíduos sólidos, Campo Grande busca em exemplos concretos como estes, formas de adaptação e organização de projetos de gestão de resíduos sólidos que ajam de forma direta e efetiva na preservação do meio ambiente.


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