Pegada Ecológica




Pegada Ecológica - PEGA LEVE!

Campo Grande é a primeira cidade brasileira a ter o cálculo da pegada ecológica.



Campo Grande é a primeira cidade brasileira a contar com o cálculo da pegada ecológica. Os resultados do estudo foram apresentados em uma oficina realizada pelo WWF-Brasil e pela prefeitura da capital sul-mato-grossense, nos dias 7 e 8/4. O estudo avaliou os hábitos de consumo da população de Campo Grande e apontou uma pegada ecológica de 3,14 hectares globais por pessoa. 



A pegada ecológica de um país, cidade ou pessoa corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e mar necessárias para sustentar determinado estilo de vida. É uma forma de traduzir, em hectares, a extensão de território que uma pessoa ou uma sociedade “usa”, em média, para se alimentar, morar, se locomover, ter e afins.  A metodologia vem sendo testada em algumas cidades do mundo, mas, no Brasil, pela primeira vez é desenvolvida para uma cidade.


O trabalho foi realizado pelo WWF-Brasil em parceria com a prefeitura da capital do Mato Grosso do Sul, Global Footprint Network (GFN), a empresa social Ecossistemas e a Universidade Privada Anhanguera. O objetivo foi ter uma ferramenta de gestão para ajudar no planejamento e na gestão pública, mobilizar a população para rever seus hábitos de consumo e escolher produtos mais sustentáveis, além de estimular empresas a melhorarem  suas cadeiras produtivas.


A pegada ecológica é uma  metodologia de contabilidade ambiental que avalia de um lado o consumo e do outro a capacidade de recursos naturais disponíveis no planeta. “É possível traduzir a pegada ecológica em quantos e quais recursos são usados pela população e em quanto isso excede a capacidade de recuperação natural dos ecossistemas”, disse Michael Becker, coordenador do Programa Pantanal-Cerrado do WWF-Brasil.

E os estudos realizados pela Global Footprint Network (GFN), rede mundial responsável pelos cálculos da pegada ecológica, mostram que a humanidade já excedeu bastante essa capacidade. Hoje a pegada ecológica média mundial é 2,7 hectares globais por pessoa, enquanto a biocapacidade disponível para cada ser humano é de apenas 1,8 hectares globais. “Isso coloca a humanidade em um grave déficit ecológico de 0,9 hectares globais per capita”, afirmou o  diretor da Escossistemas, Fabrício de Campos, responsável pelo cálculo.

A pegada de Campo Grande - No caso de Campo Grande, os 3,14 hectares podem ser traduzidos em 1,7 planetas. Isso significa que se todas as pessoas do mundo tivessem o mesmo consumo do morador de Campo Grande, seriam necessários quase dois planetas para sustentar esse estilo de vida.  A questão é que existe um planeta. “Estamos no cheque especial. Estamos drenando o crédito planetário e  exaurindo nosso capital natural. Isso é muito sério", destacou o diretor da Escossistemas, Fabrício de Campos, responsável pelo cálculo.

Se comparada à média brasileira, Campo Grande tem uma pegada 8% maior que a média nacional, que é de 2,9 hectares globais por pessoa. Ela também é 10% maior que a do Mato Grosso do Sul e 14% maior que a Pegada média mundial, que é de 2,7 hectares globais por pessoa. O Mato Grosso do Sul, por sua vez, tem uma Pegada Ecológica 3% menor que a média brasileira.



Pastagens, agricultura e florestas somam 75% da Pegada Ecológica de Campo. Em classes de consumo, o maior impacto foi na alimentação, com 45%, com destaque para o consumo de carne. O  estudo apontou que o consumo de carne de campo grande é 13% maior que a média nacional. 

Texto de: Geralda Magela